Você por acaso já sentiu uma dor que inicia na coluna cervical, ou seja, na região do pescoço, e se irradia para os braços e até mesmo para a mão? Uma das explicações para essa dor é a cervicobraquialgia, um nome comprido que junta a dor cervical (cervicalgia) com a dor nos braços e nas mãos (braquialgia).
Entenda o caso:
Para entendermos como isso acontece, precisamos relembrar um pouco do funcionamento do corpo humano. A medula espinhal, que é origem de todos os nervos, fica protegida dentro do canal vertebral, um espaço formado pela união das vértebras de toda nossa coluna, como na imagem a seguir:
Cada parte da medula origina os nervos de uma região do nosso corpo. De maneira mais genérica e simplista, os nervos de origem cervical inervam os membros superiores, os nervos torácicos inervam a parte central do nosso corpo, os nervos lombares inervam parte das pernas e os nervos sacrais são responsáveis pelo controle urinário e de outros órgãos da região. Veja a ilustração a seguir:
Sendo assim, faz sentido uma dor com origem no pescoço se direcionar também para os braços, não é mesmo? Um dos motivos que podem ter gerado essa braquialgia é a compressão da raiz do nervo, parte que se encontra logo na saída da medula. A compressão pode ser gerada pela hérnia de disco, algo que você já deve ter ouvido, mas vamos entender melhor:
Entre as vértebras, existe o disco intervertebral, que é uma estrutura de apoio com função de prevenir o desgaste das vértebras com os movimentos da coluna espinal. O disco intervertebral é uma estrutura fibrosa e cartilaginosa, formado por duas porções principais, o anel fibroso e o núcleo pulposo.
Como os próprios nomes já sugerem, a parte interior é formada por um líquido gelatinoso, que tem função de amortecimento dos movimentos, e a parte externa é fibrosa, para conter esse líquido. O problema é que esse anel fibroso pode se desgastar ou sofrer fissuras, conforme as movimentações, postura e peso que a coluna precisa suportar.
Nesses casos, o líquido gelatinoso pode se expandir e gerar abaulamento de toda a estrutura, e em casos mais complicados, pode extravasar. Veja as possibilidades a seguir:
Assim, essa expansão do disco intervertebral em determinada direção pode comprimir as raízes dos nervos da região e gerar a cervicobraquialgia.
Importante:
Mas claro, existem outros motivos que também podem gerar essa dor irradiada para braços e mão, e as opções devem ser descartadas ou confirmadas pelo exame físico realizado pelo médico especialista, com a ajuda de exames de imagem se necessário.
Quadro clínico
Se houver compressão radicular, como nesse caso de cervicobraquialgia, o paciente pode sentir, além da irradiação da dor, parestesias no local acometido pela dor, ou seja, sensação de formigamento ou dormência na região.
O mais comum é a dor irradiar só um lado do corpo (braço e mão do lado esquerdo, por exemplo), mas existem casos em que o paciente sente os sintomas em ambos os membros.
Também pode haver uma diminuição da força nos músculos que são inervados pelo nervo comprimido. Muitas vezes os sintomas parecem um torcicolo ‘comum’, mas sabendo que outras patologias mais graves também se manifestam assim, procure pelo atendimento de um médico ortopedista se apresentar esses sintomas.
Diagnóstico
A compressão, se for a suspeita clínica a partir da anamnese e do exame físico, pode ser vista em determinados exames de imagem. Nesses casos, a radiografia é o exame de maior facilidade na realização, porém a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são exames que permitem uma visualização mais completa das estruturas da região em foco. O médico irá decidir qual exame é mais compatível com o seu quadro clínico.
É importante também que patologias como o IAM (infarto agudo do miocárdio) e o AVC (acidente vascular cerebral), além de outras que apresentam sintomas semelhantes, sejam descartados. A partir da confirmação da patologia é que o especialista pode encaminhar para o tratamento correto.
Tratamento
Geralmente os pacientes que apresentam cervicobraquialgia se beneficiam com tratamento medicamentoso e de reabilitação. Caso não haja melhora, o médico irá encaminhar o paciente para o tratamento cirúrgico de acordo com o caso de cada paciente.
Caso tenha interesse, leia também sobre a recuperação após uma cirurgia ortopédica!
Importante:
O conteúdo deste artigo não substitui uma consulta médica. Caso apresente os sintomas entre em contato com um médico especialista para um diagnóstico e tratamento que considerem seu sexo, idade, ocupação, presença de outras doenças, entre outras características. Para mais informações, agende sua consulta!
