As bursites são inflamações das bursas sinoviais, que são pequenos sacos com um material gelatinoso e que estão presentes nas nossas articulações com a função de proteção contra artrito, contra fraturas por impacto e para facilitar o deslizamento dos tendões. Inclusive já falamos de bursite de ombro aqui no blog, artigo que você pode conferir clicando aqui.
Dessa forma, a bursite também pode estar presente no cotovelo, sendo geralmente uma inflamação na bursa olecraniana, que se localiza no cotovelo, sobre o olécrano, uma parte do osso ulna do antebraço. Confira a estrutura abaixo:
Mas existem outras bursas menores na região, que em alguns casos também podem ser o motivo dos sintomas relatados pelo paciente:
Causas da bursite
A causa mais comum da inflamação da bursite olecraniana é uma questão postural, de usar o apoio da ponta do cotovelo por muito tempo e sobrecarregar a bursa. Essa causa se torna cada vez mais comum com os trabalhos home office e com as pessoas se apoiando no cotovelo, deitadas ou sentadas, para realizar leituras por várias horas.
A bursite também pode acontecer por traumatismos locais, por movimentos constantes no braço como acontece com os esportistas de tênis ou então por doenças como gota, artrite reumatoide e alterações ósseas.
Sintomas da bursite olecraniana
O sintoma mais comum dessa patologia é o inchaço posterior do cotovelo, que se encontra em todas as fases da doença. A bursite olecraniana geralmente tem um início lento e pouco sintomático e, por isso, muitas vezes não é tratada e pode se tornar crônica, precisando de mais tempo de tratamento para a cura.
O inchaço pode levar a outro sintoma, a hemartrose local, que é o vazamento de sangue interno. Nesse caso a dor na região está presente com maior intensidade, sendo forte e quase insuportável à palpação, ou seja, ao toque.
Com a hemartrose, a região fica avermelhada e pode haver dificuldades nos movimentos que envolvem o cotovelo, como dobrar o braço. Tal sangramento também pode aparecer quando a causa da bursite são traumatismos como fraturas locais ou quedas.
Diagnóstico da bursite de cotovelo
O diagnóstico da bursite muitas vezes é realizado de forma clínica, sendo um médico ortopedista especializado em cotovelo o melhor profissional para esse caso. Na consulta, o médico se atentará ao relato do paciente, realizando questões direcionadas à doença para ir confirmando ou descartando o diagnóstico. Além disso, ele realizará a palpação do local e pedir para que o paciente realize determinados movimentos.
Caso ainda haja dúvidas, o ortopedista pode requisitar alguns exames diagnósticos para confirmar o diagnóstico, como ultrassonografia ou ressonância magnética. A radiografia da região também pode ser útil quando se tem suspeita e o paciente apresenta osteófitos, que são pequenas formações ósseas e aparecem no caso de bursites anteriores ou de forma crônica.
Além disso, se a suspeita do ortopedista dor uma doença chamada gota, que se caracteriza pelo aumento de ácido úrico no corpo, ou então infecções, ele pode pedir um exame de sangue para o diagnóstico.
Tratamento da bursite olecraniana
Caso a bursite tenha sido causada pelo hábito de se apoiar sobre a região do cotovelo, o primeiro passo é justamente erradicar esse hábito da vida do paciente, na finalidade de impedir que a inflamação piore e que novos microtraumas sejam gerados.
O tratamento básico da bursite, principalmente na sua fase aguda, consiste em compressas frias e muitas vezes medicamentos anti-inflamatórios para reduzir a inflamação, e medicamentos analgésicos para diminuir a dor no cotovelo caso seja necessário.
O líquido acumulado no local pode ser retirado por punção, mas se houver muita dor associada a injeção de corticoides também é uma opção para diminuir o inchaço e a dor. Se a bursite for infecciosa também é necessário o uso de antibióticos além da drenagem (retirada do líquido infectado).
Caso o caso seja muito grave, e todas as outras opções terapêuticas não obtiveram um resultado suficiente, a cirurgia para retirada da bursa inflamada pode ser indicada. Mas não se preocupe, são poucos os casos em que ela é necessária.
Importante:
O conteúdo deste artigo não substitui uma consulta médica. Caso apresente os sintomas entre em contato com um médico especialista de ombro para um diagnóstico e tratamento que considerem seu sexo, idade, ocupação, presença de outras doenças etc. Para mais informações, agende sua consulta!