A capsulite adesiva se trata de uma inflamação da cápsula articular do ombro, que é uma estrutura de colágeno, elástica e flexível, que reveste a articulação, com função na estabilidade e função do ombro, como vemos na imagem abaixo:

Essa doença também é conhecida como “ombro congelado”, pois um dos sintomas é justamente a dificuldade ou mesmo a incapacidade que o paciente apresenta para movimentar o ombro.
Sintomas da capsulite adesiva
O principal sintoma é a dor difusa em todo o ombro, com evolução de algumas semanas e possível piora noturna. A dor pode causar a limitação da amplitude de movimentos da articulação, sejam os movimentos feitos com a força do próprio braço do paciente, ou aqueles que outra pessoa tenta fazer com o braço do paciente.
Essa condição de diminuição da movimentação pode se agravar, de forma a interferir as atividades diárias ou até mesmo levar a um bloqueio completo da mobilidade. Considerando tudo isso, a doença é dividida em fases:
Fase inicial aguda
A fase inicial é caracterizada por muita dor, que geralmente se inicia de forma mais branda e vai se agravando. Essa dor, como já citado, pode ter uma piora à noite e prejudicando o sono da pessoa acometida.
No dia a dia, o paciente vai apresentando maiores dificuldades para realizar suas atividades que envolvam os movimentos do braço, ou seja, praticamente todos.
Todo esse quadro diminui a qualidade de vida do paciente e pode resultar em um quadro de ansiedade por exemplo. Essa fase possui uma duração de cerca de 2 a 9 meses.
Fase de congelamento
Nessa fase iniciam as perdas significativas dos movimentos no ombro, literalmente como se ele estivesse congelando. O que acontece na verdade é uma rigidez articular, gerada pela inflamação da articulação, e sabemos que as articulações são as principais responsáveis por todos os movimentos do nosso corpo.
O movimento de colocar o braço para trás, como o que usamos para guardar o celular no bolso de trás da calça, é geralmente o primeiro a se apresentar na doença. Essa fase pode durar dos 4 até os 12 meses seguintes, após a fase inicial, e geralmente se percebe uma diminuição progressiva da dor.
Fase de resolução
Temos uma melhora da amplitude de movimentos e da dor, tudo de forma espontânea. Nessa fase, que dura os próximos 2 anos em média, o paciente consegue ir retomando suas atividades diárias de forma progressiva.
Fatores de risco para a capsulite
A capsulite adesiva geralmente não apresenta uma causa definida, sendo chamada de idiopática. Em alguns casos se consegue descobrir o fator causal, sendo que as mais comuns são traumatismo, cirurgias anteriores ou causas sistêmicas, como a diabetes ou doenças da tireoide, sendo que a diabetes está presente em até 20% dos casos.
Outras inflamações do ombro, como as bursites e tendinites, também podem estar relacionadas com a capsulite adesiva, que normalmente se trata de uma fibrose capsular.
Diagnóstico da capsulite adesiva
O diagnóstico da capsulite adesiva é clínico, ou seja, a partir de uma boa história clínica e de um bom exame físico, já é possível suspeitar e até mesmo confirmar o diagnóstico.
Os exames de imagem podem ajudar para excluir outros possíveis diagnósticos como lesão do manguito rotador, artrite do ombro, tendinite calcárea, entre outros. Para isso, a radiografia e a tomografia de ombro são bem úteis.
Já na ressonância nuclear magnética (RNM), algumas alterações sutis podem aparecer devido à síndrome do ombro congelado.
Tratamento da capsulite adesiva
Se você apresentar sintomas semelhantes aos descritos, com dor forte e/ou perda de movimento do ombro, procure um ortopedista especialista em ombro. Essa intervenção médica pode ser essencial para manter a capacidade de movimentação dos ombros, amenizando os sintomas e acelerando a recuperação da doença.
A depender do estado do paciente, geralmente são feitas várias sessões de fisioterapia, que têm o objetivo de retirar a dor e trabalhar na recuperação dos movimentos.
Na questão medicamentosa, podem ser usados medicamentos analgésicos e antiinflamatórios para diminuir o desconforto dos pacientes. Também a realização de infiltrações de anestésico no local pode ter grande eficácia.
Entretanto, há casos mais complicados, em que a doença se mostra mais resistente ao tratamento e que é preciso recorrer à correção cirúrgica. Nesses casos, a artroscopia é recomendada, com o objetiivo de reparo das lesões presentes na articulação do ombro.
Importante:
O conteúdo deste artigo não substitui uma consulta médica. Caso apresente os sintomas entre em contato com um médico especialista de ombro para um diagnóstico e tratamento que considerem seu sexo, idade, ocupação, presença de outras doenças, etc. Para mais informações, agende sua consulta!