Lesão do manguito rotador: o motivo da sua dor no ombro

O manguito rotador é uma estrutura de músculos que atuam na articulação do ombro, possibilitando movimentos e a estabilidade da articulação, assim como comentamos em outro artigo aqui no blog. Os músculos em questão são: supraespinal, infraespinal, subescapular e redondo menor, os quais você pode ver na imagem abaixo:

Anatomia do manguito
Anatomia dos músculos do manguito rotador

Sendo uma articulação responsável por várias movimentações importantes, como grande rotação e a elevação completa dos braços, o ombro é bem móvel e pode sofrer algumas lesões por isso. Inclusive são lesões frequentes do sistema musculoesquelético e dores nessa região do ombro é um problema que acomete a maioria das pessoas em algum momento da vida.

Quais as principais causas?

As lesões do manguito rotador podem ser bem variadas, com diferenças na duração, no tamanho do acometimento, e também nos motivos que causam as mesmas. Entre os fatores que podem levar a uma lesão do manguito estão:

  • Fatores mecânicos: alterações nas estruturas em função de atrito e impacto com o osso acrômio.
  • Fatores ambientais: envelhecimento, uso excessivo do ombro com movimentos repetitivos, tabagismo, obesidade, diabetes, etc.
  • Fatores intrínsecos: áreas de baixa irrigação sanguínea dos tendões, processos inflamatórios e alterações celulares dos tendões.
  • Fatores traumáticos: fraturas e luxações do ombro, que podem criar lesões ou piorar que já existiam, e se apresentam como dores mais intensas e agudas pelo início rápido.
  • Fatores genéticos.

Quais os sintomas em um paciente com essa lesão?

Pelas diferenças nas lesões do manguito rotador, os sintomas também podem ter diferentes apresentações aos acometidos. Muitos pacientes podem até mesmo não apresentar queixas e, dentre os que apresentam, a dor na região do ombro é o sintoma mais relatado.

A dor causada por uma lesão no manguito, além de aparecer no ombro propriamente, também pode se apresentar na parte lateral do braço, descrita muitas vezes como se houvesse um “peso” no local. Essas dores podem ser piores à noite, dificultando o encontro de uma posição para dormir.

Outro sintoma comum relatado é a perda de força para determinados movimentos, relacionados com a abdução e com a rotação do braço, como pegar algum objeto de prateleiras altas ou então do bolso traseiro da calça.

Quais os principais tipos de lesão do manguito rotador?

As lesões do manguito rotador podem ser classificadas de acordo com o grau de lesão:

Existem as lesões parciais, em que pelo menos uma parte do tendão do músculo ainda está inserido (fixado) no osso. Essas lesões se iniciam com inflamação e possíveis edemas, evoluindo para tendinite e fibrose, quando já podem apresentar lesões parciais na fixação do tendão.

E, sendo mais graves, existem as lesões completas, em que o tendão de um dos músculos do manguito rotador se apresenta totalmente desgrudado do osso. Essas lesões graves podem ser classificadas de acordo com a distância que o tendão está do local onde se fixaria, e podem contar com alterações ósseas.

Como é feito o diagnóstico?

Os testes no exame físico indicam lesões de um ou mais tendões do manguito rotador, mas geralmente precisam ser complementados com exames de imagem. Os exames mais precisos para esse diagnóstico são a ressonância e a ultrassonografia, mas as radiografias também têm sua importância na exclusão dos diagnósticos diferenciais, ou seja, de outras possíveis doenças.

Na imagem abaixo, você pode ver uma ressonância de um paciente com uma lesão completa no tendão do músculo supraespinhal, do manguito rotador. Perceba que a flecha indica um espeço em branco, que é um espaço que ficou “vazio” após o músculo se desgrudar do osso, e não existiria em uma pessoa sem essa lesão.

Ressonância com uma lesão do músculo supraespinhal
Ressonância com uma lesão do músculo supraespinhal

Como é realizado o tratamento?

Assim como na maioria das doenças, o tratamento das lesões do manguito também deve levar em consideração diversos fatores, como a gravidade da lesão, se é uma lesão parcial ou completa, intensidade dos sintomas incluindo a dor e a perda de função, os fatores biológicos do paciente como idade biológica, estado de saúde.

Em geral, as lesões completas necessitam de um tratamento cirúrgico, salvo em casos específicos em que os benefícios são menores do que as chances de complicação em função de um estado de saúde desfavorável por parte do paciente.

Já as lesões parciais podem, nos casos mais brandos, serem resolvidas com um tratamento conservador, ou seja, não cirúrgico. Esse tratamento pode envolver fisioterapia, com alguns exercícios específicos, medicamentos para controle de dor e acompanhamento médico da lesão.

Sobre a cirurgia:

O tratamento cirúrgico é geralmente feito por artroscopia na atualidade. A artroscopia é uma modalidade de cirurgia por vídeo, em que uma câmera e os instrumentos da cirurgia são introduzidos no paciente em pontos específicos e estratégicos. A cirurgia consiste na sutura dos tendões no osso novamente, com o auxílio de pinos.

É apenas nos pontos de entrada dos equipamentos que o paciente fica com cicatrizes, diferentemente de uma cirurgia convencional em que um corte grande é necessário e este gera uma cicatriz posteriormente, o que facilita a recuperação.

Após feita a cirurgia, é necessário que o paciente faça o uso da tipoia por alguns dias, de acordo com o médico responsável. Ao final desse período, as fisioterapias são muito importantes, para recuperação dos movimentos do ombro e fortalecimento dos músculos.

Como em toda cirurgia, o tempo de recuperação varia de paciente para paciente, e também de acordo com o tipo de lesão. Em geral, com 12 semanas após o procedimento o paciente já deve contar com a maioria dos movimentos do ombro e a dor geralmente tem uma boa melhora, mas todo o processo pode demorar mais de 6 meses.

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Dr. Gustavo Vicenzi

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